Estou desde ontem, no meio de milhentas porcarias mais ou menos graves que me ocuparam, a tentar alinhavar um texto assim. Não iria consegui-lo tão bem, mas também não sei se posso reproduzi-lo, mencionando autor obviamente, no Facebook.
Este artigo partiu-me o coracao. Outra crise imobiliaria me tem ocupado muito mais a atencao profissional e pessoal do que a portuguesa, mas vou apanhando alguns desenvolvimentos aqui e ali. Sei que na mentalidade de muitos portugueses, incluindo politicos, esta a ideia de que desenvolvimentos nas grandes cidades se medem em termos de quao atrativas elas vao ficar aos olhos dos estrangeiros esta muito presente. Como se melhorar uma cidade para os seus residentes nao fosse motivacao suficiente. Suspeito que uma das justificacoes para esta decisao tenha sido essa: "o que e' que os outros vao pensar quando virem estas barracas todas?"
Sim, há ali um pensar na cidade como uma coisa abstrata, para embelezar progressivamente, deixar limpinho, arrumadinho - transformar Loures e a Amadora em endereços que a classe média alta lisboeta diga de forma aberta ou mesmo orgulhosa. Vão conseguindo por ilhas, mas não convém nada que entre as ilhas existam barracas.
(Há um condomínio-ilha desses em Odivelas que me dá sempre uma certa vontade de rir - já me cruzei com várias pessoas que lá moram que, por algum motivo, me disseram onde moravam e ainda não ouvi uma única dizer a palavra "Odivelas")
Junto-me a ti nessa vergonha, raiva e tristeza. Tudo o mais que possa dizer é irrelevante…
Estou desde ontem, no meio de milhentas porcarias mais ou menos graves que me ocuparam, a tentar alinhavar um texto assim. Não iria consegui-lo tão bem, mas também não sei se posso reproduzi-lo, mencionando autor obviamente, no Facebook.
O texto é público, obrigada pelo cuidado.
(eu entretanto já encontrei vinte versões bem mais sucintas, mas acontece-me quase sempre ;))
Este artigo partiu-me o coracao. Outra crise imobiliaria me tem ocupado muito mais a atencao profissional e pessoal do que a portuguesa, mas vou apanhando alguns desenvolvimentos aqui e ali. Sei que na mentalidade de muitos portugueses, incluindo politicos, esta a ideia de que desenvolvimentos nas grandes cidades se medem em termos de quao atrativas elas vao ficar aos olhos dos estrangeiros esta muito presente. Como se melhorar uma cidade para os seus residentes nao fosse motivacao suficiente. Suspeito que uma das justificacoes para esta decisao tenha sido essa: "o que e' que os outros vao pensar quando virem estas barracas todas?"
Sim, há ali um pensar na cidade como uma coisa abstrata, para embelezar progressivamente, deixar limpinho, arrumadinho - transformar Loures e a Amadora em endereços que a classe média alta lisboeta diga de forma aberta ou mesmo orgulhosa. Vão conseguindo por ilhas, mas não convém nada que entre as ilhas existam barracas.
(Há um condomínio-ilha desses em Odivelas que me dá sempre uma certa vontade de rir - já me cruzei com várias pessoas que lá moram que, por algum motivo, me disseram onde moravam e ainda não ouvi uma única dizer a palavra "Odivelas")
Opá que engraçado, e eu que pensava que Odivelas já era cool!